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28 de dezembro de 2013

O QUE ESPERAR DO ANO NOVO?

Toda virada de ano promove, na maioria das pessoas, a reflexão por tudo aquilo que foi vivido no ano anterior. São os momentos reconstruídos na memória, principalmente aqueles que causaram dor, desconforto, frustração ou grande indignação. Isso mesmo, nossa tendência é sempre lembrar os momentos ruins e, consequentemente, procurar exorcizá-los para que não se repitam no novo ano que se inicia. Também somos tentados a pensar que tais momentos não deveriam ter acontecido, afinal de contas bênção é sempre associada à saúde plena, ao dinheiro fácil e ao conforto absoluto. Isso ocorre devido à nossa cultura do individual, do consumo e do hedonismo, ou seja, bênção é tudo que vai ao encontro do sistema capitalista, ausência de bênção é tudo o que vai de encontro deste sistema. Não é por este motivo que as igrejas que prometem solução imediata ao sofrimento crescem assustadoramente?

Mas se formos honestos com as Sagradas Escrituras veremos que não é este o sistema de Deus. É claro que a saúde, os bens de consumo e o conforto podem ser bênção do alto, mas as tribulações também o são dependendo do contexto.

Quando lidamos com a trajetória redentiva estabelecida por meio da aliança da graça divina percebemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito, não importando se promovem o bem-estar ou o sofrimento do crente. O Senhor Deus preserva e governa soberanamente todas as coisas, incluindo seu plano redentivo. Logo, todos os seus eleitos estão incluídos neste plano perfeito para que toda a glória seja dada ao Todo-Poderoso. O autor de Hebreus demonstra um pouco do que argumento aqui:

E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. (Hebreus 11: 32 – 40)

E quanto a nós? O texto que segue se aplica aos eleitos contemporâneos:

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. (Hebreus 12: 1 – 3)

Por isso cada crente deve olhar para os sofrimentos do ano que se encerrou e se perguntar onde, neles, ocorreu o progresso do Reino e da minha esperança. Se 2013 foi ruim do ponto de vista do conforto e da prosperidade, certamente foi perfeito para o cumprimento da vontade de Deus.

Nossa oração deve ser submissa ao Senhor. Nossa súplica deve ser:

Senhor, livra-me de todo o sofrimento neste novo ano, mas se devo passar pelo dia mal, pelo vale da sombra da morte, então me fortalece e faça com que eu creia que Tu estás comigo em todos os momentos. Glorifica Teu Santo Nome na minha vida!”

Com este texto desejo um 2014 abençoado a todos, mesmo que esta bênção ocorra por meio do sofrimento e da perseguição.


Sola Scriptura.

26 de julho de 2013

Solus Christus, não solus papa!

Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!

Com essas palavras o papa Francisco, Bispo de Roma, impactou o povo brasileiro com seu primeiro discurso no Brasil, por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ2013). Até mesmo os evangélicos contagiados com tanta empolgação fomentada pela imprensa, espalharam sua célebre frase nas redes sociais, “twitando” ou postando no Facebook. De fato, se tomássemos apenas esta única afirmação do papa poderíamos acreditar que para ele, somente Cristo (i.e, Solus Christus) é o único, suficiente, soberano e primaz cabeça da Igreja, certo?

O problema é que o papado não é somente não cristão, mas também abertamente anti- cristão. Historicamente, os papas ensinam aos seus fiéis que eles podem com suas obras chegar ao Céu porque o papa, o vigário de Cristo na terra, entende a Escritura para ensinar a verdade acerca da fé e prática. Para ele Cristo simplesmente não é suficiente. Os homens devem fazer sua parte também. Veja por exemplo, o dogma romano encontrado nas seções 10 a12 sobre a doutrina da justificação do Concílio de Trento:

Cân. 10. Se alguém disser que os homens são justificados sem a justiça de Cristo, pela qual ele mereceu por nós; ou que é por ela mesma que eles são formalmente justos — seja excomungado.

Cân. 11. Se alguém disser que os homens são justificados ou só pela imputação da justiça de Cristo, ou só pela remissão dos pecados, excluídas a graça e a caridade que o Espírito Santo infunde em seus corações e neles inerem; ou também que a graça pela qual somos justificados é somente um favor de Deus — seja excomungado.

Cân. 12. Se alguém disser que a fé que justifica não é outra coisa, senão uma confiança na divina misericórdia, que perdoa os pecados por causa de Cristo ou que é só por esta confiança que somos justificados — seja excomungado.

Seria Cristo ou o papa Francisco o verdadeiro Cabeça da Igreja?

Ao aceitar o pontificado, o papa Francisco reivindicou ser o Cabeça da Igreja. Sua teologia romana é consistente com a doutrina romana. Os Concílios da Igreja de Roma ensinam que:

- A “jurisdição sobre a igreja universal de Deus” pertence ao papa (Vaticano I, Capitulo 1);

- Que essa autoridade deve “permanecer ininterruptamente na Igreja” e que ele, o papa, “possui o primado sobre todo o mundo… e [é] o verdadeiro vigário de Cristo na Terra” (Vaticano I, caps 2 e 3);

- Que o Papa é a “fonte e fundamento visíveis para a unidade na fé e comunhão” Também se diz que “em virtude de seu oficio, isto é, como Vigário de Cristo e pastor de toda a igreja, o Pontífice Romano tem poder completo e supremo e universal sobre a Igreja” (Vaticano II).

Mas não para por aí

Você lembra do problema das indulgências que levou Martinho Lutero a publicar suas famosas 95 Teses contra os abusos papais? Pois bem, leia um trecho abaixo do Decreto onde o papa Francisco concede o “dom das indulgências” aos participantes da JMJ2013:

O Santo Padre Francisco, desejando que os jovens, em união com as finalidades espirituais do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, possam obter os esperados frutos de santificação através da «XXVIII Jornada Mundial da Juventude», … manifestando o coração materno da Igreja, do Tesouro das satisfações de nosso Senhor Jesus Cristo, da Bem-Aventurada Virgem Maria e de todos os Santos, concordou que os jovens e todos os fiéis adequadamente preparados pudessem usufruir do dom das Indulgências”.

a. — concede-se a Indulgência plenária, que pode ser obtida uma vez por dia nas habituais condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo a intenção do Sumo Pontífice) e também aplicadas como sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos, para os fiéis verdadeiramente arrependidos e contritos, que com devoção participarem nos ritos sagrados e nos exercícios piedosos que se realizarão no Rio de Janeiro”.

Segundo a teologia romana, as indulgências são: "… a remissão diante de Deus da pena temporal merecida pelos pecados, já perdoados quanto à culpa, que o fiel, em determinadas condições, adquire para si mesmo ou para os defuntos, mediante o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos" (Catecismo da ICAR, n. 312).

Como vimos, Roma não mudou. Seus anátemas contra todo aquele que crê em Cristo como seu único e suficiente Salvador permanecem. A salvação somente pela graça mediante a fé (Ef 2.8,9) é trocada pelo esforço humano, por obras meritórias. O Senhorio do Rei dos reis continua sendo usurpado pelo papado. Logo, a Palavra de Cristo, infalível e verdadeira permanence substituída por dogmas, tradição e superstição humanas.

Conclusão

Quanto a nós, protestantes, cristãos herdeiros da Reforma, resta-nos lembrar o fundamento da nossa fé e doutrina, vida e piedade, alicerçado no fundamento dos apóstolos e profetas, tendo Jesus como sua pedra fundamental. Concluo com esta última citação de algumas das Teses de Lutero:

32 - Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33 - Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus (33a tese).

34 - Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35 - Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36 - Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37 - Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

Solus Christus,

Pr. Alan Kleber

Fonte de pesquisa:

http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm

http://www.catequisar.com.br/texto/materia/fe/144.htm

http://tottustusmaria.com/maria/downloads/trento.pdf

http://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_appen_doc_20130709_decreto-indulgenze-gmg_po.html

27 de junho de 2013

Sobre as Manifestações

Há algum tempo atrás eu ouvia as notícias matinais no rádio, quando uma, em especial causou meu espanto: o Projeto de Emenda à Constituição nº 37 (PEC-37) que retirava do Ministério Público a tarefa de investigar crimes (inclusive a corrupção) havia sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Vale ressaltar que alguns deputados já condenados por corrupção ativa fazem parte dessa comissão. Então no mesmo dia comentei com minha esposa e perguntei: onde está o povo brasileiro que não sai às ruas para protestar contra uma calamidade dessas?

Enfim, o gigante acordou. A multidão está nas ruas, desde que o aumento nas tarifas de ônibus foi anunciado nas principais capitais dos estados do país. O aumento foi recuado, mas a multidão permanece nas ruas. Só há uma conclusão a tomar: não era pelos R$ 0,20. O aumento das tarifas foi só a gota d’água. As multidões estão revoltadas com a corrupção, com a má gestão do dinheiro público (a copa do mundo está orçada em R$ 33 bilhões, sendo que as três últimas copas juntas custaram menos que isso). A população percebeu que o mesmo dinheiro que foi investido na construção dos estádios poderia ter sido utilizado na saúde e na educação. Essas coisas eram prioritárias. Portanto, a terceira causa das manifestações é a falta de investimentos em educação e saúde.

Qual deve ser o envolvimento da igreja nessas questões? É lícito ao crente tomar parte em manifestações públicas como estas que estão ocorrendo pelo Brasil?

Os governos civis foram instituídos por Deus para reger manter a ordem e paz nas comunidades civis. Para isto, têm o poder do uso da espada (força), da cobrança de impostos para serviço da sociedade e o poder de legislar em prol do bem comum (Rm 13.1-7). A igreja deve então obedecer e respeitar as autoridades. No entanto, se o Estado exigir coisas contrárias à Palavra de Deus, os cristãos têm a obrigação de não obedecer, porque “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

Também a igreja se relaciona com o Estado o âmbito da moralidade. Dessa forma, ela tem a tarefa de se posicionar claramente, como uma voz profética, caso o Estado não cumpra o que é devido e quando ele se desvia do padrão aceitável de moralidade. É o caso da corrupção, do descaso com as necessidades reais dos cidadãos, como saúde, educação e segurança. Quando o Estado pratica a impunidade, a violência é encorajada e o crime tolerado. Os resultados são terríveis.

A Igreja sempre se relacionou com o Estado em obediência devido ao seu temor a Deus, mas em alguns momentos de desonestidade, imoralidade e ditadura da iniquidade, ela se posicionou contrariamente e até lutou. Por exemplo, “os huguenotes (calvinistas franceses) guerrearam dez vezes por sua fé na França; os calvinistas holandeses expulsaram com a força das armas os hereges invasores espanhóis; os puritanos ingleses decapitaram um rei por lesa patria – algo inédito na história – além de terem derrotado as tropas do rei (que impuseram a liturgia católica nas igrejas reformadas) no campo de batalha; os puritanos escoceses pegaram em armas para defender a liberdade de culto presbiteriana contra os anglicanos ingleses; e os presbiterianos estiveram na linha de frente da revolução americana, na época das treze colônias” (extraído e adaptado do artigo do Tiago Santos – Editora Fiel).

Eu creio que a igreja deve assumir algumas posições claras nesses tempos de crise. Contra a impunidade, a idolatria, a corrupção (que está ligada ao amor ao dinheiro – idolatria), o PLC 122/2006 (que impõe superdireitos aos homossexuais) e a falta de investimentos em saúde, educação e segurança. Deve, no entanto, fazer isto com moderação e sobriedade, sem jamais apoiar o vandalismo e a violência. Deve também evitar achincalhar as autoridades civis, o que seria uma clara desobediência ao mandamento de Deus. Eu creio que Deus pode usar nosso patriotismo como uma causa secundária de sua providência para o bem de nossa nação. Mas não nos esqueçamos também de que as nossas armas são diferentes. Ouçamos as palavras de Paulo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2.1-3; cf. 1Pe 2.11-17). Vamos trabalhar, orar e jejuar: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7).

Que Deus abençoe a nossa nação!


Pr. Charles

11 de junho de 2013

Amor de Irmãos



Geralmente nutrimos uma noção de nós mesmos que nem sempre corresponde à realidade. Achamos que está tudo bem, que conhecemos a Bíblia, que vivemos de acordo com ela e até criticamos a superficialidade da teologia dos nossos irmãos pentecostais. Perdura, no entanto, uma realidade muito triste: olhamos para as ruínas do lado de fora dos nossos muros, quando a destruição está rondando o sossego do nosso próprio regato.

Você já reparou como as família não tem se preocupado em aplicar o mandamento de amar o próximo dentro de casa? Nossas crianças sabem falar de cor o mandamento que resume a segunda tábua da lei, mas não sabem demonstrar carinho uma pela outra. Certa vez vi uma cena que me entristeceu muito. Um menino morrendo de sono numa igreja desejava se recostar no ombro de sua irmã mais velha, e ela, sem piedade alguma, o empurrava trazendo-lhe frustração e muito incômodo. Enquanto via aquela cena, eu me perguntava: por que irmãos crentes vivem assim? Quanto custa demonstrar compaixão e amor por quem vive ao nosso lado todos os dias e de quem sentiremos muita falta no futuro?

É muito comum o sentimento de frustração e remorso de quem teve oportunidade de amar e não o fez, quando já é tarde demais para correr atrás do prejuízo. Eu fico me lembrando de quando eu convivia com meus irmãos quando eu era criança. Foram muitas oportunidades de demonstrar carinho, atenção, amizade, que já se foram. Hoje moro a seis horas e meia de distância de uma irmã e de um irmão, dez horas do outro e oito horas da outra. Morro de saudades deles e não posso vê-los na hora em que quero. Jamais pensei em minha infância que eu ficaria distante deles. Provavelmente, ficarei a cerca de 12 horas de avião de distância deles no ano que vem. Queria voltar no tempo para fazer cafuné nas minhas irmãs, para andar de mãos dadas com elas no Shopping, para brincar mais com meus irmãos, conversar mais sobre carros, máquinas e games, e brigar menos com todos eles, mas o tempo não volta jamais.

Por que você, que hoje tem seus irmãos perto de você deveria tratá-lo apenas com rivalidade? Trate com amor! O mandamento de amar o próximo começa dentro de casa. Se você não ama a seu irmão, a quem vê, como amará a Deus, a quem não vê? Além disso, a Palavra de Deus nos exorta a amar o próximo não apenas de lábios ou de língua, mas de fato e de verdade. Não é só dizer “eu te amo” de vez em quando; é necessário ir além, fazer favores, buscar água quando ele pedir, pegar a toalha de banho quando ele entra no chuveiro e esquece, sem reclamar. A coisa mais rara hoje em dia é ver um irmão deitado no colo do outro recebendo carinho e afeto. Sim, alguma coisa está profunda e gravemente errada!

Se você leu essas palavras, e se elas pesaram em seu coração, não defenda sua consciência; não formule racionalizações para justificar sua omissão e falta de amor. Admita que você tem sido relapso quanto ao mandamento de amar o próximo dentro de casa. Quer alguém mais próximo do que o irmão ou irmã que mora na mesma casa? Se tem alguém que precisa o tempo todo de nosso amor, é o irmão com quem moramos. Peça perdão a Deus por sua atitude e se esforce a amar de fato e de verdade aquele que passa pelas mesmas lutas e alegrias que você no contexto familiar. Quando vêm as alegrias, vocês estão juntos; quando vêm as tristezas, vocês estão juntos também.

Ame agora, enquanto é tempo. Um dia o conto de fadas vai acabar e a realidade vai colocar milhares de quilômetros de separação. Aí só restará a saudade e a comunicação remota, quiçá a frustração de não ter amado como deveria antes. Infelizmente, será tarde demais.

Pr. Charles

1 de junho de 2013

Sorteio de LIVROS

Margarete Solino, Flavia Duraes e Maicon Custódio

Vocês foram sorteados com os livros. Enviaremos para suas casas. Apenas mandem um e-mail com o logradouro.

A demora no sorteio se deu por minha culpa, pois viajei. Conto com a compreensão de todos.

Grande abraço,

Samuel

9 de maio de 2013

Olhos de Mãe



Os olhos que temeram no espelho, do corpo, a mudança...
São os mesmos olhos que brilharam ao ter nos braços sua criança.

Os olhos que assistiram os momentos de choro de aflição...
São os mesmos olhos que contemplaram o primeiro sorriso de satisfação.

Os olhos que marejaram ao ver o filho indo para a escola pela primeira vez...
São os mesmos olhos que se alegraram vendo as brincadeiras da meninez.

Os olhos que se esbravejaram no momento da repreensão...
São os mesmos olhos que se enterneceram diante da meiga afeição.

Os olhos que se arregalaram diante do perigo iminente...
São os mesmos olhos que insinuaram alívio diante do obedecente.

Os olhos que choraram o amargor do filho malcriado...
São os mesmos olhos que testemunharam o arrependimento inconsolado.

Os olhos que enxergaram além do que o horizonte infantil proporciona...
São os mesmos olhos que protegem o ente qual forte amazona.

Os olhos que miraram a Bíblia enquanto a lia com devoção...
São os mesmos olhos que se fecharam por minha causa em oração.

Os olhos que se cerraram para não ver os defeitos...
São os mesmos olhos que sorriram nos desastrosos desjeitos.

Os olhos que pela fé imaginaram do Redentor a aparência...
São os mesmos olhos que o contemplarão face a face em toda luminescência!

Feliz Dia das Mães!

Pr. Charles

10 de abril de 2013

Vamos Pensar?


Joelmas e Danielas, Genoínos e Felicianos, Jeans e Bolsonaros...

Eu realmente queria que as pessoas pensassem onde vamos parar com o rumo que a mídia, o governo e (me permitam: como massa de manobra) a sociedade têm refletido sobre o movimento gay e suas últimas ações.

Todas as pessoas precisam ser respeitadas dentro dos limites e direitos que lhes são assegurados na nossa Carta Magna, entretanto os direitos à liberdade (religiosa e de expressão) tem sido cerceados para todas as pessoas que não apoiam integralmente o homossexualismo. 

Contraditoriamente, a recíproca não é verdadeira. Veja o exemplo de duas cantoras famosas que vieram à mídia nos últimos dias. Daniela Mercury se declarou homossexual e em união homoafetiva com uma jornalista e publicou fotos lésbicas que foram bem aceitas e até festejadas; por outro lado, uma mera declaração de Joelma (do Calypso) contrária em sua opinião ao casamento homossexual com base em sua fé, foi motivo de retaliações e até atos de violência.

Marcos Feliciano - por quem não nutro nenhuma admiração teológica - tem sido a bola da vez da mídia; e quando vai pregar a sua fé em igrejas pelo Brasil, ativistas gays entram em locais reservados e protegidos pela Constituição para realizarem seus beijaços, e quem é visto como intolerante e radical não são os que usam a violência e a truculência para impor a sua ditadura! Enquanto isso, 'fichas sujas' como José Genoíno presidem sem qualquer foco ou pressão outras comissões importantes... e assim caminha o nosso Congresso Nacional.

Declarações contra o homossexualismo como as de Jair Bolsonaro são imediatamente vistas como loucas e radicais, enquanto figuras como Jean Wylliams podem até desfazer da fé alheia e atacar quem crê na Bíblia de forma ríspida e deseducada e intolerante que nenhuma frase na mídia é dita contra isso.

Os casos se multiplicam, os problemas se agigantam, e eu chamo o povo brasileiro à uma reflexão honesta e sincera, sem fazer proselitismo religioso ou qualquer coisa dessa ordem.

Temos ou não liberdade de expressão? Podemos ou não aceitar um credo religioso que não incite qualquer tipo de rebelião contra a dignidade humana? Podemos ou não pensar diferente de outros?

... Ou sera que serei rechaçado também simplesmente por chamar o povo para pensar?

27 de março de 2013

A irracionalidade do pecado

burro“Quando o meu coração estava amargurado e no íntimo eu sentia inveja, agi como insensato e ignorante; minha atitude para contigo era a de um animal irracional”  - Sl 73.21-22

A confissão acima foi feita por Asafe e diz respeito à forma como ele havia se comportado antes de voltar a si e perceber que Deus era bom para com os de coração puro (73.1). Mas o que havia acontecido?

Podemos verificar isso a partir do segundo versículo do Salmo. Asafe afirma que quase se desviou dos caminhos do Senhor por ter inveja dos arrogantes e perversos. Na cabeça dele, os ímpios estavam numa situação bem melhor que a sua. Eles eram prósperos, não tinham preocupações, eram sadios e fortes, estavam livres de fardos e não eram atingidos por doenças. Além disso, eles eram bem vistos e ouvidos pelo povo que se saciava com sua sabedoria. Asafe chega a afirmar que “assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas” (73.12).

Diante disso, a conclusão parecia lógica: servir a Deus conservando o coração puro e lavando as mãos na inocência havia sido inútil, pois ele era afligido e todas as manhãs castigado (73.13,14). Era como se ele estivesse dizendo: Se Deus não me dá o que eu mereço, não vale a pena servi-lo.

Entretanto, por mais lógica que possa parecer essa conclusão, ela esta errada por alguns motivos:

1. Ela aponta para as benesses desta vida como essenciais para a felicidade – Asafe achava que seria plenamente realizado à medida que tivesse “coisas”. Ele estava tão seduzido pela prosperidade dos ímpios que se deixava enganar pela ilusão de que aqueles que têm posses materiais estão isentos dos problemas e aflições desta vida. Certamente você conhece pessoas que sofrem e que enfrentam doenças terríveis a despeito de serem abastadas financeiramente (A alegria está em Deus – 25).

2. Ela pressupõe que o servo de Deus seja merecedor de bênçãos – Ao dizer que foi inútil servir a Deus, está implícita a presunção de merecimento. Como ele poderia passar por privações e aflições enquanto ímpios tinham de tudo? Há aqui um coração orgulhoso e cobiçoso. Um coração que serve a Deus por aquilo que ele pode conceder e não por quem ele é.

Vi isso de perto quando eu cursava o seminário e tive de entrevistar o pastor de uma igreja neopentecostal para o trabalho de uma matéria. Uma das perguntas era se a oração muda a vontade de Deus. Após responder que sim, o pastor arrazoou e terminou dizendo: “Se a oração não muda a vontade de Deus é melhor servir ao diabo”. Em outras palavras, servirei a “quem dá mais”.

3. Ela faz de Deus um “estraga prazeres” – Isso também fica implícito quando Asafe afirma ser inútil servir a Deus. O Senhor não o estava deixando usufruir aquilo que ele merecia.

Podemos ver isso quando, em nossos dias, alguns dizem: Deus deu ao homem o desejo sexual, mas mandou ter relacionamento só no casamento; Deus deu ao homem o paladar e o proíbe a gula, etc. Isso não é novo, se você estudar as primeiras páginas da Bíblia verá algo parecido com isso: “Deus deu o melhor fruto, aquele que era bom para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento tornando o homem como ele, e os proibiu de comer” (Leia Gn 3.1-7). Sabemos como terminou isso.

4. Ela parte de uma leitura pontual da vida – Asafe só conseguia enxergar a sua situação atual. Não havia em sua mente passado ou futuro, gratidão por aquilo que já tinha recebido do Senhor ou esperança quanto ao que Deus haveria de ainda fazer. O que importava era simplesmente o presente. Não é sem razão que Paulo ensina no Novo Testamento que “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).

Foi por tudo isso que Asafe afirmou que sua atitude era a de um irracional. O pecado é sempre assim, irracional. Ele não parte de um entendimento correto, mas da completa falta de compreensão a respeito do caráter e das obras de Deus. Não foi à toa que Davi exortou seus leitores a não serem “como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32.9) e que Deus, por boca do profeta Isaías, disse a seu povo desviado: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (1.3).

O que trouxe Asafe à razão foi entender a vida numa perspectiva mais ampla e futura: “Até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios; [...] Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória” (73.17; 24). Esta vida e suas intempéries, diante da eternidade, não são nada. Ainda que tenhamos uma vida totalmente terrível (o que é improvável) diante da eternidade na presença bendita do Senhor não é nada.

A mudança de perspectiva faz com que ele também saiba que a satisfação verdadeira está no Senhor: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem me compraza na terra” (73.25) e que “bom é estar junto a Deus” (73.28), que é o verdadeiro refúgio. Essa é a satisfação que você também pode ter.

Não cometa o mesmo erro de Asafe. Em vez de se deixar enganar pela sedução do pecado, portando-se como um irracional, não se conforme com este século, antes, transforme-se pela renovação da sua mente, levando cativo todo o seu pensamento à obediência de Cristo, para experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (cf. Rm 12.2 e 2Co 10.5).

Milton Jr.

13 de março de 2013

O Papa aos Olhos de um Presbiteriano


O mundo parou para ver quem seria o Papa anunciado pela fumaça branca da Capela Sistina. O cerimonial belíssimo e litúrgico só foi quebrado quando a simpatia e humildade do Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o novo Papa, ecoava sua voz diante de milhares de fiéis pedindo orações para seu antecessor Bento XVI e para si mesmo, agora, Papa Francisco.

A Igreja Católica Romana inova de várias formas. Pela primeira vez um Jesuíta de linha Franciscana assume o cargo de Senhor Apostólico da Igreja. Também é a primeira vez que um integrante do Novo Mundo é apontado como o Cabeça da Igreja.

Sob o ponto de vista social, parece estarmos diante de um homem profundamente preocupado com os pobres – daí, possivelmente, tenha escolhido o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, e com isso o mundo possa esperar um Vaticano menos pomposo. Quem sabe, como diria o poeta baiano Castro Alves, vejamos: “a púrpura servindo ao povo para cobrir os ombros nus”.

Teólogo conservador, mas com uma fama de bom de diálogo, a tendência é vermos o Catolicismo mantendo sua pegada firme em questões em que a ética do mundo anda na contra-mão dos postulados Apostólicos, como o homossexualismo e o aborto por exemplo; fazendo com que nessas matérias, unamos nossas vozes contra a tendência da mídia que tenta cada vez mais relativizar o que cremos ser absoluto.

Sendo assim, como curioso observador do mundo das religiões, vejo que a maior religião do mundo em várias matérias, se mantêm como um baluarte firme daquilo que nós, biblicamente, devemos seguir, sem medo das repercussões que sempre vêm de forma irrefletida e fanática.

Mas o momento também nos faz olhar mais de perto para o próprio conceito de Papado. Não encontramos na história a figura do Papa anterior ao Século V, embora Pedro, o Apóstolo, seja apontado pela Igreja como sendo aquele a quem o Papa sucede, algumas características do pescador descalço parecem não bater muito como o que vemos no Vaticano.

Casado, por isso não celibatário, não há nenhuma evidência histórica convincente que Pedro tenha ido à Roma; nunca aceitou nenhuma veneração, andava no meio do povo na simplicidade da Galileia e só escreveu de forma infalível suas cartas, pois foi designado por Cristo para fazê-lo, em época em que o Cânon, ainda aberto para o testemunho Apostólico, estava em fase final de fechamento.

Os títulos atribuídos a ele, então, devem ser objeto de estudo sincero, para que a profecia de Jesus não seja diretamente ligada ao fato de darmos ao Apóstolo, títulos que ele nunca deveria ter: “Arreda, Satanás, tu és para mim pedra de tropeço, pois não cogitas das coisas de Deus, mas dos homens” (Jesus Cristo).

Jesus disse isso logo após uma das mais belas confissões de fé da Novo Testamento. Ao ser perguntado quem ele era aos olhos do povo, muitas respostas vieram, mas Pedro sabia quem Jesus era: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”, disse ele.

Essa afirmação, “essa pedra”, foi usada por Cristo para que a Igreja de Jesus fosse edificada sobre ela. Aliás, o próprio Pedro reconhece isso em sua carta (I Pedro 2:4-8).

Sendo assim, de acordo com Hebreus 1:1-3, nenhum homem após o fechamento das Escrituras pode ter a sua palavra infalível ou inerrante. Cristo não precisa de um vigário, pois quando entregou as chaves do Reino para os Apóstolos, não deixou para Pedro, somente, mas “onde estiverem dois ou três reunidos”, portanto, os Presbíteros, segundo a compreensão Apostólica em Atos 15.

Por mais nobre e zelosa que seja a liturgia de Roma, e por diversas outras razões históricas, impressionantemente admiráveis, um Estado Nacional (Vaticano) vai de encontro à pregação de Cristo quando afirmava: “o meu Reino não é desse mundo”.

Aquele que “não tinha onde reclinar a cabeça” não deixou uma Igreja para possuir bens e riquezas, mas para espalhar a paz, o amor e a compaixão. Aquele que andou no meio dos leprosos, das prostitutas e dos mendigos para lhes restaurar os bens, não deixou uma instituição onde a opulência é tão clara.

Quais são os pontos de contato, então? São vários. Temos o mesmo credo: 
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.”

Mas talvez a maior e mais profunda diferença, seja um Princípio relembrado pela Reforma Protestante (pré-Trento) há meio milênio atrás: O Sola Scriptura. Acreditamos que apenas a Bíblia é a Palavra de Deus e que ela não pode jamais ser contradita ou ser colocada em pé de igualdade com qualquer outro documento ou palavra humana: “Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem”.

Sendo assim, amigo Católico, chamo você a refletir na Escritura. Se o conceito do Papado for compatível com o que nela está escrito, eu preciso recuar e admitir que a Igreja Católica é muito mais que uma instituição séria e corajosa (como é), mas é a mais pura expressão absoluta e inequívoca da verdade.

Mas se a Bíblia caminha em outra direção, que não seja tradição, família ou intransigência que faça você permanecer numa igreja onde Cristo é representado por quem ele não autorizou, e portanto, é você quem deve dar esse passo atrás.

Como discernir a verdade, então? Se aprofundando nas Escrituras, e é isso que eu chamo você para fazer nesses dias.

14 de fevereiro de 2013

Coragem! Diga Adeus ao Namoro!


            O problema não é com o namoro em si, mas com a fórmula que a cultura ocidental nos impôs goela abaixo.
            A cada ano que passa, conheço mais e mais histórias de jovens cristãos que não conseguem manter sua consciência pura simplesmente porque passam o sinal vermelho no namoro. Depois de tanto pensar nas causas, cheguei a algumas conclusões:
  1. Eles são estimulados pelo vasto apelo visual na mídia impressa, televisiva, cinematográfica, dramatúrgica e cibernética. 
  2. Eles são estimulados pelo vasto apelo visual na mídia impressa, televisiva, cinematográfica, dramatúrgica e cibernética. 
  3. Eles acham que tem que ter beijo de língua, senão não é namoro de verdade. 
  4. Eles acham que podem ficar sozinhos que suportarão o desejo de oferecer o corpo um ao outro. 
  5. Eles acham que possuem controle sobre as paixões do próprio coração. 
  6. Eles ignoram o fato de que um pode manipular as emoções do outro. 
  7. Muitos pensam que podem ter relações sexuais porque se amam e pretendem casar mesmo... 
  8. Se esquecem de que os olhos do Senhor estão em todo lugar. 
  9. Não pensam que o sexo deve ocorrer apenas no casamento porque ele aponta para o relacionamento de Cristo com a igreja (profanam o nome do Senhor). 
  10. Ignoram que o “leito sem mácula” de Hb 13.4 implica em abstinência sexual antes do casamento. 
  11. Não fazem caso do mandamento de nos santificar abstendo-nos da prostituição (fornicação) – 1Ts 4.3.

Isso tudo diz respeito apenas a um aspecto do namoro, que é o excesso de intimidade que naturalmente é desenvolvido entre casais de namorados que se estimulam sexualmente pelos toques, carícias e beijos. Esse excesso de intimidade ocorre porque a fórmula está equivocada.
Eu tenho uma pergunta básica a todos os que aderiram à fórmula usual de namoro: qual o propósito? Se a resposta for preparação para o casamento, eu já digo que o modelo vigente não prepara para o casamento, mas para o divórcio. Geralmente, o pensamento é assim: “namoro para ver se vai dar certo. Se não der, termino”. Ora, não é assim que ocorre o divórcio, especialmente por incompatibilidade de gênios?
Se a resposta for “porque eu quero beijar na boca”, então seria mais coerente com a prática corriqueira. No entanto, biblicamente, isso não é propósito do namoro. Aliás, o que o mundo segue é a ideia de que quanto mais beijar na boca, melhor. Saiu uma reportagem num grande portal dizendo que beijar várias bocas numa festa pode transmitir várias doenças. Mas não é raro que jovens e adolescentes se beijem na boca durante um acampamento apenas para curtir. É o costume mundano de “ficar”.
Se a resposta for “para funcionar como estágio para o casamento”, também está errado, porque o namoro não deveria ser um minicasamento. A maioria dos jovens tem passado por pressões terríveis porque se compromete com alguém e depois desiste. Fica uma impressão ruim de aproveitador(a) e de quem brinca com os sentimentos de outrem. Alguns namorados chegam ao ponto de usar alianças de prata porque estão “comprometidos”. Se a moça vai viajar com a família, tem que pedir autorização ao namorado como se ele fosse dono dela e vice-versa. Que absurdo!
Se a resposta for “para ver se ela (ou ele) será minha esposa (ou meu marido)”, quais deveriam ser os critérios para a escolha de alguém como cônjuge? Posição social? Salário? Beleza física? Promessa de sucesso profissional? Gostos e características pessoais em comum? Voddie Baucham Jr. alerta em seu livro “O que Ele Deve Ser se Quiser Casar om Minha Filha” (Editora Monergismo) acerca desses critérios equivocados.
Ele diz que o primeiro critério, mas que não é o único, é que o futuro cônjuge deve ser crente, ou melhor, servo do Deus Altíssimo. Simpatizantes do evangelho são filhos do diabo e podem ser uma arapuca montada para bloquear o potencial de um cristão no serviço. “Mas ele é melhor que os rapazes da igreja”, pode argumentar alguma jovem enfeitiçada emocionalmente, cega pela paixão por um rapaz bom de papo. Em sua cegueira, não consegue vislumbrar um lar dividido no futuro, a frustração de não poder orar com o marido, porque ele não é crente, e de ver os filhos crescendo com a mente dividida entre os mandamentos de Deus e a vida conforme o próprio querer pecaminoso. “Mas eu orei a Deus e apareceu ele!”, pode argumentar outra. Deus jamais nega a si mesmo. Se ele proíbe o casamento misto em sua Palavra (Gn 28.6-9; Ed 9.1-3,10; Ne 13.23-26; 1Co 7.39; 2Co 6.14), jamais  responderá a uma oração dessas assim.
Outra coisa fundamental é ver se o pretendente está pronto para liderar o lar, como Cristo amou a igreja e se entregou por ela (Ef 5.25-33). No caso da pretendente, estaria ela disposta a se submeter carinhosamente à liderança do marido no futuro? (Ef 5.22-24).
Além disso, as moças deveriam, com a ajuda dos pais, buscar reconhecer no pretendente as seguintes características:  sacerdote, ou seja, se ele se preocupa em guiar os rumos espirituais do futuro lar com a Palavra e, especialmente, a oração; profeta, se ele pretende pregar a Palavra dentro de casa, ensinando a sã doutrina aos filhos; provedor, como aquele que pretende trabalhar arduamente a fim de sustentar o lar e prover o melhor conforto possível administrando com frugalidade;  protetor, como aquele que pretende proteger os filhos e a esposa dos ataques vis da incredulidade, do mundanismo e da violência e maldade do mundo lá fora.
Por essas e outras razões, proponho uma mudança radical. Proponho um novo modelo, que eu chamaria de namoro cristão ou corte. Em primeiro lugar, ele renunciaria o modelo vigente que prevê toque físico e o beijo de língua. As razões estão bem claras no artigo Beijo de Língua postado em 2010 neste blog. O modelo que proponho teria a participação direta dos pais na escolha do cônjuge, como conselheiros e orientadores mais experientes. Também o modelo prevê o ideal inicial de casamento à luz da Bíblia e não apenas um teste para ver se vai dar certo. A corte seria um tempo de conversa e reflexão bíblica, sem caracterizar-se como um minicasamento, no qual um se acha dono do outro. A minha proposta poderia ser chamada de amizade cristã com vistas a futuro compromisso. O compromisso não seria no namoro, mas no único momento possível à luz da Bíblia: o casamento.
Finalmente, não sei se o leitor se encontra como eu, cansado de ver o mundo ditar as regras dentro da igreja. Se eu pudesse voltar no tempo, seria mais feliz. Não teria namorado as moças que namorei, não as teria magoado com o término do namoro, teria conhecido a minha linda e querida esposa no dia 19 de outubro de 2007 na Igreja Presbiteriana de Mairinque (SP), teria cortejado por meses e me casado no dia 1º de agosto de 2008 do mesmo jeito. Graças a Deus que ele nos livrou das garras terríveis do mundanismo com suas consequências diabólicas.
Tenha coragem! Diga adeus à fórmula tradicional de namoro. Chame a novidade do que quiser: namoro cristão, amizade cristã com vistas a futuro compromisso, corte... Mas tenha coragem de romper com esta fórmula pra lá de secularizada e antibíblica! Que Deus te abençoe ricamente!

Pr. Charles

8 de fevereiro de 2013

COMO ME IRRITA O CARNAVAL!


O Carnaval é como Copa do Mundo, possui a vocação de iludir os brasileiros fazendo-os pensar que são os melhores do mundo. A mídia aproveita o momento para aumentar a sua audiência e abusa na cobertura, sempre mostrando a mesmice enjoada dos blocos carnavalescos no nordeste ou das escolas de samba no sudeste. A maioria da população entra no frenesi cujas oportunidades concentram-se na utilização das máscaras, fantasias e muito pouca roupa que manifestam os desejos mais íntimos do coração, principalmente os de ordem sexual ou política.

Nem preciso dizer da promiscuidade que corre solta nas grandes concentrações populares fazendo com que as campanhas oficiais sobre o uso de camisinhas cresçam consideravelmente. Junto com a promiscuidade vem a bebedeira e o uso de entorpecentes, ações que destroem o indivíduo em sua conduta e em sua saúde. Resultado: a festa do Carnaval é uma comemoração repulsiva que só promove a malandragem e a destruição que vêm travestidas de alegria e descontração.

Nisso tudo, o que mais me irrita é o fato dessa festa ser financiada com recursos públicos que poderiam ser aplicados em programas culturais mais construtivos como a música regional, a pintura, a poesia das bases, a publicação de livros etc. Milhões de reais são literalmente queimados pelas pessoas que desejam apenas extravasar publicamente os seus pecados nessa festa onde tudo pode, inclusive o nu público.

Só como exemplo, o governo federal gasta milhões de reais para distribuir camisinhas de graça, isso mesmo, o altíssimo imposto que eu pago serve para financiar a compra de camisinhas para serem distribuídas de graça. Um absurdo! Pois, enquanto o asfalto da minha rua é péssimo, o hospital público é uma calamidade, a segurança, que deveria ser pública, fica por minha conta por meio da instalação de cercas elétricas e câmeras de monitoramento. Mas os promíscuos dispõem de camisinha!

É lamentável saber que boa parte das verbas públicas, dinheiro que sai também do meu bolso, serve para subsidiar a bebedeira, a folia, a promiscuidade e os descontroles decorrentes como a violência no trânsito. Além disso, temos os exorbitantes gastos extras do Estado no aumento do número de bafômetros, hora extra dos policiais, distribuição gratuita de camisinhas etc. Num país onde a fome ainda persiste e onde a segurança pública e a saúde vivem o caos, é odioso saber que uma atividade tão fútil e tão dispensável como o Carnaval recebe milionárias quantias dos massacrantes impostos que eu e você pagamos.

Como isso me irrita!

Sola Scriptura.

2 de fevereiro de 2013

Respeito às Mulheres no Carnaval?

Estamos à beira de uma festa. Uma festa que aguça todos os sentidos: A músicalidade, os ritmos, as buzinas fazem com que a audição entusiasme os foliões que seguem as cores alegres e o sensualismo que alimenta o que a visão pode mostra. Olhares se encontram aproximando pessoas para descobrir onde o tato pode chegar. O gosto gelado e doce das bebidas em profusão levam o paladar e o olfato a trabalhar juntos... tudo parece lindo, perfeito.

Todos se alegram e nada parece ser errado. Muito do que é feito é permitido. Aliás, esse ano a campanha de Carnaval em Salvador é por "respeito às mulheres", e quais as frases dessa campanha?

"Me beija com carinho", "te pego numa boa" e coisas do gênero.

Agora, vamos analisar um pouco mais friamente essa questão. Respeito a mulheres? O que essas frases tem de respeitosas?

Gente, o carnaval é onde "muitos tirando as máscaras nesses dias, revelam nessas loucas alegrias, as vidas que levam mascarados, com as máscaras de homens recatados", no dizer de Jerônimo Gueiros.

Se você quer respeito, mulher, ninguém vai "beijá-la", ou muito menos "pega-la", mas não é isso que se faz no Carnaval? Claro, ela é a festa da carne, da liberação da libido, onde a sem-vergonhice é vista com aplauso, o adultério com prazer, a luxúria com alegria, a imoderação como coisa normal.

Então, se você quer ser respeitada, evite a folia. Lembre que os seus sentidos todos sofrerão a conseqüência de sua decisão. O som pode se tornar ensurdecedor quando os gritos forem mais altos que o choro por causa da violência causada pela mesma (e festejada) imoderação desses dias. Seu corpo depois de ser usado e abusado - isso não fará você perder os sentidos? A dor, a desilusão, o peso na consciência, as separações, as perdas de virgindade, as gravidezes, os abortos, as mortes...

Não, você não precisa disso para ser feliz, Jesus tem uma proposta muito mais saudável para o seu corpo, muito mais alegre para toda a vida (e mais ainda depois dela) e muito mais tranquila para ser vivida. A alegria do Senhor é a nossa força.

Carnaval: Diga não!